Skin in the game: Por que é tão importante para negócios?
Para explorar esse ponto da nossa cultura, antes é necessário entender o que é “Skin in the game”. No livro de Nassim Taleb com o mesmo nome, o autor fala não só sobre tomar riscos, mas sobre a divisão e responsabilidade tanto no lucro quanto no prejuízo. Por exemplo, ao perder dinheiro de seus clientes, a pessoa deve estar exposta da mesma maneira ao risco. Assim, é oferecer o mesmo risco que se está exposto, como um investidor que compra as mesmas ações que recomenda aos seus clientes ou um fabricante de bebidas que leva para sua própria casa os produtos criados.
Simetria e riscos
Um conceito associado muito interessante apresentado no livro por Taleb é o de simetria. Ele é exemplificado pelo Código de Hamurabi, cujas leis não permitem que um indivíduo se afaste do risco que ele cria para os outros. Então, ao prever que, se um prédio desenhado por um arquiteto desaba e o morador morre, o arquiteto também deve morrer, não estamos falando de vingança. Falamos de responsabilidade sobre seus riscos de uma maneira extrema.
Sendo assim, “Skin in the game” é mais do que se arriscar, é estar sempre presente e praticar o que se prega, nos bons e maus momentos, e principalmente, se expor ao risco de suas decisões.
Além disso, a ideia de “own your risks“, “ser dono de seus riscos”, vai além de ações individuais, impactando fortemente o outro em diversas esferas. A frase “nunca confie em alguém que não arrisca a própria pele” mostra isso. Então, um investidor não deve colocar seu dinheiro numa padaria onde o padeiro não come do próprio pão ou numa fábrica de roupas na qual o dono só compra vestimentas de outras marcas. Da mesma forma, um cliente não deve comprar um serviço de uma empresa que não utiliza desse mesmo serviço internamente.
Silver rule vs Golden rule
Repare que os exemplos listados acima são frases negativas. Explicamos isso pela “golden rule” e “silver rule“. A primeira, “regra de ouro” em português, é uma frase bastante conhecida: “Faça com os outros aquilo que você gostaria que fizessem com você”. Enquanto a segunda, “regra de prata”, é a negativa da anterior: “Não faça com os outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você”. Taleb argumenta que a regra de prata é uma simetria moral, já que se cria uma empatia que gera skin in the game. A regra de ouro não garante a simetria: algo que uma pessoa gosta não pode ser imposta aos outros. Por isso que os exemplos citados são frases negativas, já que ao não fazer algo que não gostaria que fosse feito com você é possível enxergar a situação com uma visão individual e simétrica.
Aplicações das lições de Taleb
Aqui na Jestor, nós usamos o nosso produto, o jestor, 100% do tempo. Assim, conseguimos entender, vivenciar e nos expor ao mesmo risco que as mais de 7000 empresas que utilizam o jestor passam. Nós sabemos a qualidade que entregamos e vemos falhas e oportunidades de melhora, que logo trabalhamos para aprimorar.
Dessa forma, sentimos dor quando não é possível realizar alguma ação e trabalhamos arduamente para resolver o nosso problema, que com certeza impacta outros usuários. É justamente essa dor de uso que faz o produto evoluir tão rápido. Também vibramos junto com os outros usuários quando lançamos alguma feature nova.
“Skin in the game” não pode ser só levado em conta na hora de maximizar os ganhos. Porém, é isso que acontece quando não se usa o próprio produto: criam novas funcionalidades sem saber a verdadeira utilidade ou dor que os usuários passam. Se funcionar, dividem o benefício, caso contrário, paciência.
Quando se usa o produto se sabe onde, como e quando resolver cada problema e maximizar a experiência do cliente, buscando sempre fazer algo funcionar e dividir o benefício. Mas caso não dê certo, a dor também é dividida até que se crie uma solução. Por isso este conceito é tão importante dentro da Jestor, nos incentiva a sempre melhorar o nosso produto e nos colocar no lugar de milhares de usuários baseado na “silver rule”.
Skin in the game e a jestor
Acreditamos que “Skin in the game” é mais do que uma tomar riscos. É uma forma de cada colaborador como indivíduo se relacionar com com a empresa, que seguindo este conceito se relaciona com todos os nossos usuários através do uso do jestor.